Troca de Anéis - 12ª Parte

Se você ainda não leu a 1ª parte, 2ª parte, 3ª parte, 4ª parte, 5ª parte, 6ª parte, 7ª parte, 8ª parte, 9ª parte, 10ª parte e 11ª parte de Troca de Anéis, pode ser que fique em duvidas no texto seguinte.


Inspeção dos cabeçotes

Feitas todas as verificações descritas até agora, nosso motor, aparentemente já estaria em condições de ser “fechado”.

No entanto, outros componentes devem ainda ser verificados, principalmente os cabeçotes, pois, se, por exemplo, as válvulas não estiverem proporcionando boa vedação aos gases, ocasionarão consumo excessivo de óleo pelas guias de válvula ou mesmo poderão provocar corrosão dos cilindros e pistões se estiverem trincados permitindo entrada de água na câmara de combustão.

Para realizar uma correta inspeção do cabeçote comece verificando se existem trincas nas câmaras de combustão e inspecione as válvulas e sedes quanto ao seu assentamento, trincas ou quebras e o desgaste da haste.

Verifique também os cabeçotes quanto a empenamento e faça um teste de estanqueidade.

Em seguida, examine as folgas existentes entre as hastes e guias de válvulas. Essas folgas variam conforme o motor, podendo ser, por exemplo, de 0,015 a 0,042 mm na válvula de admissão e de 0,030 a 0,060 mm na válvula de escape, em um moderno motor a gasolina, ou de 0,050 a 0,087 mm na válvula de admissão e de 0,060 a 0,097 mm na válvula de escape, em um motor diesel.

Se a folga encontrada estiver fora das especificações do fabricante, em alguns motores pode-se alargar as guias e instalarem-se válvulas com sobremedida. Nos motores onde isso não é possível substituem-se as guias.

Obs.:
1 – Quando da reinstalação das válvulas no cabeçote deve-se sempre substituir os vedadores da haste para evitar o consumo de óleo através da folga entre haste e guia.
2 – Outras verificações referentes a guias, sedes e molas de válvulas, por serem mais complexas, veremos mais adiante.

Regulagem de válvulas

A operação seguinte é a regulagem da folga de válvulas. Nos motores com sistema de acionamento das válvulas feito por balancins, a folga deve ser medida entre a ponta do parafuso de regulagem e ponta da haste como mostra a figura abaixo:


Regulagem de válvulas

Nos motores com comando de válvulas no cabeçote a folga é medida diretamente entre o came do comando e o disco de acionamento da válvula e a regulagem da folga é feita substituindo-se esse disco por outros de espessura maior ou menor.


Regulagem de válvulas de motores com comando no cabeçote.

Instalação das juntas

Temos agora, finalmente, condições de instalar os cabeçotes e “fechar” o motor. Nessa fase são aplicadas diversas juntas que tem por finalidade formarem uma perfeita vedação entre duas superfícies, evitando vazamento de água, óleo ou compressão do motor.

Embora todas exijam cuidados especiais na sua instalação, devemos dedicar maior atenção à junta do cabeçote pois, por exemplo, uma junta de marca não recomendada pelo fabricante do motor, poderá se queimar ou provocar fuga de gases de compressão por poder apresentar medidas diferentes das recomendadas.

Alem disso, se uma junta for mal instalada, poderá provocar a quebra de camisas do motor se esta for encamisado ou equipado com camisas molhadas.

Por isso, na montagem do cabeçote deve-se instalar a junta centralizada com auxilio de pinos “guia” e apertar os parafusos ou porcas do cabeçote obedecendo sempre às recomendações do fabricante do motor, quanto a sequência, torque e etapas de aperto.


Sequência de apertos dos parafusos e porcas