Consumo de óleo – 1ª Parte

Sob condições normais de operação e com o devido cuidado, um motor de combustão interna proporcionará desempenho satisfatório durante milhares de quilômetros ou horas de serviço. Porém, como em qualquer outro mecanismo, o funcionamento acarreta o desgaste das partes móveis e sujeitas a atrito e com o tempo há uma queda gradativa do desempenho do motor, a ponto de tornar-se impraticável ou anti-econômico operar a unidade.

O proprietário do veículo começa a perceber isto quando se vê obrigado a adicionar, com freqüência, óleo no carter, o que em geral, é associado a uma necessidade de se trocar os anéis de pistão. Muitas vezes, isto é de fato necessário, porém, existem muitas outras circunstâncias que podem causar consumo excessivo de óleo. Para encontrar e eliminar o motivo real desse consumo excessivo, o Doutor em Motores precisa conhecer todas suas possíveis causas e saber como determiná-las. É possível economizar tempo e dinheiro seguindo-se uma seqüência ordenada de verificações e, freqüentemente, pode-se diagnosticar e corrigir a causa sem que seja necessário desmontar completamente o motor.

Consumo Normal

Os motores devem ou não apresentar consumo de óleo?

Essa e outras perguntas semelhantes são feitas diariamente e muitas discussões são ocasionadas por esse motivo.

Para respondê-las vamos alisar inicialmente quais as funções do óleo lubrificante no motor. Como o próprio nome diz a primeira função do óleo é lubrificar, ou seja, interpor-se entre as partes móveis do motor, formando uma película aderente à superfície destas partes e evitando, dessa forma, que ocorra um atrito direto de metal com metal.

Além disso, o óleo exerce também a função de normalização da temperamento do motor,absorvendo calor das suas peças internas e eliminando-o através de circulação pelo cárter ou por radiadores de água/óleo (utilizados em caminhões) ou radiadores ar/óleo (como é o caso de alguns motores Volkswagem), sendo por essa razão que existe um volume suplementar de óleo no cárter.

Ao cumprir essas funções, uma certa quantidade do óleo evapora-se em contato com os pontos mais aquecidos e uma outra atinge a parte superior dos cilindros, queimando-se nas câmaras de combustão é benéfico para a durabilidade do motor pois é ele quem garante a lubrificação dos anéis, pistões e cilindros. Não é, portanto, aconselhável tentar-se reduzir o consumo normal de óleo instalando-se peças com folgas menores que as especificadas ou anéis excessivamente rigorosos na raspagem de óleo dos cilindros pois isto pode trazer como resultado o engripamento de pistões e anéis ou diminuição drástica da vida do motor.

Por isso, a maioria dos fabricantes de motores esclarece, nas suas especificações, que um certo consumo de óleo lubrificante do motor deve ser considerado normal, existindo valores especificados para cada tipo de operação e motor.

Causas de consumo excessivo

Desde já vimos que um certo consumo é normal, nossa preocupação, portanto, deve ser quanto a um consumo excessivo de óleo, que poderá ocorrer por vários motivos, como segue:

1 – Vazamentos externos.
2 – Vazamentos internos:
  • Devidos a componentes do sistema de ventilação do cárter defeituosos.
  • Pelos retentores de superalimentadores.
  • Através das juntas da tampa ou guias de válvulas.
  • Pelos anéis e pistões.
O consumo excessivo de óleo pode ser provocado por uma ou por combinações dessas condições. Para encontrar a origem de toda perda de óleo de um motor é essencial que durante o diagnóstico e o processo de desmontagem, se verifiquem todos os fatores que podem contribuir para o consumo e por isso vamos, em seguida, analisar cada um desses fatores nos próximos artigos.

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