De volta ao passado 1ª edição - Chevrolet Camaro

O primeiro da série de volta ao passado é nada menos que o Chevrolet Camaro.
O Chevrolet Camaro começou a ser projetado em 1964 com o desenvolvimento do “F-Car” que iria disputar mercado com o Ford Mustang. O projeto “F-Car” deu origem ao Pontiac Firebird e o Chevrolet Camaro.

Em 1966 foi lançado o primeiro Camaro, lançado como modelo 1967 e sendo o primeiro projeto desenvolvido com auxilio de computadores afim de garantir a fluidez mecânica e nas linhas. Diferente do seu concorrente, introduziu o conceito de união de carroceria em peça única colocada em um sub-chassis, que dava uma maior rigidez, melhor isolamento acústico, maior conforto e mais estabilidade.

No ano de 1967, o Camaro foi escolhido como Pace Car oficial das 500 Milhas de Indianápolis, honra que só concedida aos velozes e dotados de estilo. Neste primeiro ano nasce também um dos seus modelos mais famosos, cujo sucesso esteve sempre associado à potência e à velocidade - o Z28, equipado com um V8 de bloco compacto. Ao final deste ano, 220 906 unidades entre todos os modelos e mais 100 réplicas brancas do Pace Car haviam sido produzidas.

O ano de 68 foi de estréia de outro símbolo entre os Camaros, o SS. Além do modelo tradicional equipado com um motor V8 de 350 polegadas cúbicas de deslocamento, uma versão de 396 polegadas foi criada, que visualmente diferia dos demais pelo capô.

Em 1970 produz a segunda geração de Camaros, que apenas mantém o conceito estrutural de construção, mas que estética e mecanicamente recebe muitas modificações, com fortes influências de fabricantes europeus. Além do novo visual, um V8 de 350 polegadas, mais forte (360 cavalos) e ainda uma opcional de 396 polegadas e 375 cavalos para o SS.

Os anos seguintes para o Camaro teve suas vendas abaladas pela subida do preço do petróleo fazendo o consumidor optar por veículos que consumiam menos. Somado a isto, medidas anti-poluição fizeram acabar com os grandes V8, em 1972 o fim da produção do SS e em 73 o surgimento do Camaro LT privilegiando mais o luxo e o conforto e menos a potência, dando lugar inclusive aos motores 6 cilindros em linha, menos potentes e mais econômicos. A crise faz outra "vítima" em 74, terminando com o Z28.

Nos anos seguintes o Camaro teve poucas modificações que se restringiram basicamente a modificações estéticas e novos acessórios no modelo LT, disponibilizando até um pacote chamado Rally Sport, produzindo um carro mais acessível ao consumidor e que em 1977 fez novamente as vendas ultrapassrem as 200 mil unidades. Em 11 de Maio de 1978, o Camaro de número 2 milhões sai da unidade de Van Nuys e encontra-se até hoje com um revendedor GM.

Com fim da década, o fim chega também o fim da crise. O fim da linha LT, dando lugar ao Berlinetta e a volta do Z28 com um exclusivo motor V6 de 231 polegadas cúbicas e um novo Scoop com abertura traseira. Em 1981, produz-se o último Camaro da segunda geração, bem como marca o início das implementações eletrônicas para gerenciamento mecânico.

Em 1982 não apenas marca mais uma geração - a terceira - do Camaro, mas também a maior modificação estética após 12 anos, com um design mais moderno, quase futurista apesar das linhas mais retas e com a criação da traseira hatch. Ainda no ano da estréia da terceira geração, o Camaro é eleito o Carro do Ano pela revista Motor Trend e é escolhido pela terceira vez como Pace Car oficial de Indianápolis 500.

A terceira geração, apesar de apresentar como novidade o fato de pela primeira vez contar com um motor 4 cilindros, equipando o Sport Coupé, também marca o retorno dos V8 dotados de maior potência, que praticamente abandonaram a linha em função da crise de petróleo e das restrições contra emissões de poluentes. Novos câmbios de 5 velocidades manual e de 4 velocidades automático, também começaram a equipar os modelos.

Uma série especial, denominada IROC-Z (International Race Of Champions) baseada no Z28, ganhou um pacote especial de items estéticos e mecânicos, tornando-se um dos modelos preferidos entre os da terceira geração. Ainda sobre o bloco V6, que recebeu um sistema de injeção eletrônica que o faria produzir 215 cavalos, contra os recentes V8 tradicionais de 190 cavalos. Mais tarde, nos anos de 1987 e 88, o IROC-Z ganhou moorizações de 225 e 230 cavalos respectivamente, baseado na mesma motorização que equipava então o Corvette. Neste mesmo ano, mais uma vez o Z28 sai de linha, para retornar apenas em 91.

As vendas já estavam abaixo das 100 mil unidades anuais e em uma tentativa de revitalizar o mito, surge a quarta geração em 1993. Com uma nova e completa reestilização, o Camaro tornou-se visualmente mais atraente e ainda oferecendo como opções de motorização, um bloco V6 de 160 cavalos e o Z28 equipado com o mesmo V8 que equipava então o Corvette, o LT-1 V8 de 275 cavalos, recebendo pela quarta vez a honra de ser o Pace Car oficial de Indianápolis 500. Outro item que passa a ser de série a partir deste ano em toda a linha, é o duplo air-bag. No ano seguinte o LT-1 ganha injeção eletrônica sequencial e câmbio manual de 6 velocidades com assistência por computador.

O modelo 96 ganha sistema de controle de tração como opcional para o Z28 além de um novo motor para os modelos equipados com o V6, que produzia 200 cavalos. Mas sem dúvida o retorno da versão SS, foi o ponto de destaque e de comemoração aos aficcionados pelo carro, já que pela primeira vez após os anos de crise, o Camaro volta a sair de fábrica com um motor V8 de mais de 300 cavalos, 310 para ser exato! Além do retorno aos regimes de potência do passado, o carro ganhou de volta o Scoop sobre o capô, um novo Spoiler traseiro, recalibragem no sistema de suspensão e as mesmas rodas 17 polegadas do Corvette ZR-1.

Nenhuma mudança significativa aconteceu até 98, quando um novo face lift que incluiu mudanças grandes na frente, novo conjunto ótico, saias, e conjunto aerodinâmico. Mecanicamente, também grandes novidades ficaram por conta do novo motor inteiramente em alumínio, mais uma vez derivado do mesmo que equipava o Corvette. Tratava-se de um V8 de 5.7 litros que no Z28 produzia 305 cavalos e 320 no SS. Novos freios a disco com assistência por ABS Bosch nas quatro rodas.

Desde então, a não ser por alguns poucos detalhes estéticos e o controle de tração eletrônico que passou a ser item de série para todos os modelos, a maior novidade fica por conta de uma triste notícia para os fãs do carro. No ano em que este mito completa 35 anos de história, a General Motors lança uma edição comemorativa, baseada no modelo conversível e no targa, que basicamente tem pintura e adereços internos celebrando seu aniversário, mas ao mesmo tempo informações extra-oficiais, dão conta que estes carros deverão ser os últimos a serem produzidos pela marca, que pretende encerrar sua produção.


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